A luta e resistência dos agricultores e agricultoras do semiárido brasileiro vêm se tornando uma estratégia constante para permanecer no seu habitar, produzindo alimentos para suas famílias e para abastecer as cidades. Entretanto, de tempos em tempos se deparam com uma seca, fenômeno natural originado a partir das mudanças climáticas que ao se abater sobre a região castiga, de maneira perversa, os sertanejos, sobretudo, aqueles mais fragilizados. Nos últimos anos, muitas organizações da sociedade civil, dentre elas o CEPFS vem contribuindo para mudar essa situação a partir da promoção dos sertanejos como agentes de transformação social da realidade onde vivem. As agências de cooperação internacional muito têm contribuído com os trabalhos das organizações da sociedade civil que atuam no semiárido brasileiro para diminuir esse sofrimento na medida em que vêm apoiando várias iniciativas de captação de manejo de água de chuva. O governo Federal, através do MDS, também, tem dado significativa parcela de contribuição apoiando o Programa de Mobilização e Formação para a Convivência com a Realidade Semiárida (P1MC) que trabalha o acesso a água para o consumo humano e o Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido: Segurança Alimentar e Soberania Alimentar através do Manejo Sustentável da Terra e das Águas – P1+2 (água para produção). É notória a satisfação das famílias que conseguem receber apoio para estruturar suas propriedades para melhor se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas, a exemplo do relato da Sra. Ana Cláudia da comunidade Catolé da Pista, no município de Teixeira, quando da instalação da bomba trampolim em sua cisterna recém construída pelo Projeto Convivência com a Realidade Semiárida, promovendo o Acesso a Água, Solidariedade e Cidadania, apoiado pelo Fundo Finlandês de Cooperação Local da Embaixada da Finlândia, em parceria com Trócaire, agencia de cooperação da Igreja Católica da Irlanda. “Só sabe o que é ter uma cisterna em casa quem a possui. Eu tinha vergonha de oferecer um copo de água para uma visita, hoje me sinto bastante a vontade para fazer isso, porque sei que estou ofertando uma água de boa qualidade”. Isso significa dá publicidade a dignidade que está sentindo. Entretanto, observa-se que ainda há muitas iniciativas a se fazer para que as famílias do semiárido possam vir a ter segurança hídrica, ou seja, água suficiente para beber, cozinha, tomar banho, etc., e, água para produção, para os animais, de modo que possa vir a enfrentar um período de estiagem, com mais tranqüilidade e dignidade. A água de uma cisterna é suficiente para uma família com uma média de 6 pessoas atravessar o período de estiagem natural que, em média, é de 7 a 8 meses, até que venha novamente o período das chuvas do próximo ano. Mas, quando vem um ano com irregularidades na distribuição das chuvas, como está se desenhando este ano, a família passa por dificuldades, mesmo aquela que tem cisterna. É verdade que tendo a cisterna terá um lugar para armazenar água, mesmo que tenha que comprar, através de carros-pipa. A realidade é que aquelas famílias que tem, além da cisterna, alguma outra forma de captação e armazenamento de água em suas propriedades, obviamente, passam menos dificuldades duque as que estão totalmente sem infra-estrutura. Isso revela que o que vem sendo feito está indo na direção correta: estruturar as propriedades da agricultura familiar com tecnologias sociais de captação, armazenamento e manejo de água de chuva para que haja melhores condições de adaptação às conseqüências da mudanças climáticas. Mas, também relava a necessidade de dados mais seguros em relação ao que representa segurança hídrica de uma propriedade familiar. Sem dúvida isso contribuirá, de forma segura, para que se possa estimular as famílias a se planejarem e buscarem apoio no sentido de estruturar suas propriedades com vistas a atingirem a segurança hídrica, ou seja, água, pelo menos, para dois anos. Sem dúvida esse deve ser o sonho de muitos sertanejos.
Para enfrentar às dificuldades causadas pela escassez de políticas públicas, pelo surgimento da pandemia e a diminuição de apoios financeiros, o CEPFS tem resistido reinventando suas ações.
Neste contexto, em 2020, lançou a campanha Eu Apoio o CEPFS, com objetivo de conquistar doadores mensais. São pessoas que reconhecem a importância do trabalho da instituição para o protagonismo camponês e espontaneamente fazem sua colaboração.
Os recursos são utilizados para o fortalecimento institucional e para apoiar agricultores e agricultoras do Sertão Paraibano.
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CNPJ do CEPFS para DOCs e TEDs: 24.226.128/0001-36.
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No Semiárido, muitas famílias da zona rural ainda sofrem com a falta d’água. Para esta região, a Cisterna de Placas é a alternativa mais viável para armazenar água de chuva, mas famílias de baixa renda não possuem condições financeiras para adquiri-las. Diante desta realidade, desde 2017, o CEPFS realiza a campanha “Abrace o Semiárido” para arrecadar recursos e construir cisternas.
69 cisternas já foram construídas! E como resultado da 4 edição (2021/2022), construiremos mais 33 cisternas até o final de outubro deste ano. Faça sua doação para continuarmos transformando vidas. Obrigado!!!
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